Festival promoveu o intercâmbio entre o design e o artesanato, reunindo talentos de diferentes cantos do país.

Resgatar tradições, estimular o empreendedorismo e a economia criativa. Assim foi a primeira edição da Semana Criativa de Tiradentes, novo festival que ocupou a charmosa e histórica cidade mineira dos dias 26 a 29 de outubro. Um evento lindo que promoveu o intercâmbio entre o design e o artesanato, reunindo talentos de diferentes cantos do país.

O festival contou com 4 mil pessoas entre designers, arquitetos, artesãos, estudantes, jornalistas e amantes do design, arte e artesanato em 4 dias de eventos. Ao todo foram 11 palestras, 4 exposições e 14 eventos paralelos entre workshops e oficinas. A Semana terminou no domingo, 29/10, com 200 pessoas reunidas na praça principal de Tiradentes, o Largo das Forras, em um grande Agulhaço. O encontro de tricoteiros, crocheteiros e bordadeiros aconteceu ao som do grupo Trio Curió. Uma ação de pluralidade única! Nem se eu quisesse conseguiria descrever como foi esse momento.

As vielas históricas e restaurantes da cidade foram palco de encontros e vai e vem de grandes nomes do design, arquitetura, fotografia e arte. Passaram por lá Paulo Alves, Heloísa Crocco, Daniela Karam, Mauricio Arruda, André Bastos e Guilherme Leite Ribeiro (Nada se Leva), Maria Fernanda Paes de Barros (Yankatu), Alfio Lisi, Fernando Jaeger, Zanini de Zanine, Lufe Gomes, Aécio Sarti, José Alberto Nemer, Alvaro Guillermo e tantos outros nomes que eu poderia encher uma página do Word. Custou acreditar que eu também estava ali.

O festival tinha uma importante missão: promover o intercâmbio de conhecimento entre o contemporâneo e o tradicional para levar renovação e frescor para o artesanato local. E principalmente resgatar tradições e valorizar o design de raiz. Por isso, seis renomados designers brasileiros cocriaram ao lado de cinco artesãos locais antes da realização da Semana Criativa.

Este coletivo fez duas imersões com duração de uma semana cada com a proposta de trocar conhecimento e produzir objetos que foram apresentados na exposição Design à Mão. Agora a expectativa é que os artesãos multipliquem os conhecimentos que adquiriram durante o processo em suas comunidades, engajando mais pessoas para as próximas edições.

O grande legado dessas imersões foi a parceria e intercâmbio entre os próprios artesãos e materiais: peças criadas mostram isso, como as caixas com base de madeira, tampo de pedra sabão com delicado bordado, ou ainda lustres que misturavam latão, madeira e pedra sabão, só para citar alguns. “A pedra-sabão encontrou a madeira talhada. Ou melhor, Expedito Jonas de Jesus enxergou em Rodinelly Santos um parceiro para a criação de produtos inéditos. Na união de esforços e talentos, abre-se caminho para novas conquistas e possibilidades”, define a jornalista Regina Galvão que participou da primeira edição.

Outro momento importante foi a homenagem, através da exposição Emendas e Remendos, de móveis e objetos, que marcaram a história da Oficina de Agosto, projeto criado por Antonio Carlos Bech, o Toti, no início dos anos 1990, com artesãos de Bichinho, vilarejo próximo de Tiradentes, no município de Prados. Toti criou um estilo, formou artesãos, gerou nova fonte de renda para as famílias locais e deu novo significado ao artesanato da região. Até hoje, a Oficina de Agosto é uma referência importante do artesanato mineiro para o país.

Me apaixonei por cada detalhe da cidade mimeira tanto quanto pelo evento, a integração entre designers e artesãos, os trabalhos que resultaram dessa parceria e a simplicidade dos artistas locais. Não tenho dúvidas que a Semana Criativa escreveu mais um capítulo importante na história de Tiradentes e na minha também!

A próxima edição já está confirmada: de 25 a 28 de outubro de 2018!

Café na Pousada Pequena Tiradentes

 

Vista do UaiThai

 

Ceviche UaiThai
Por Dentro Do UaiThai

 

Designers, Artesãos, Simone e Junior

 

Pelas Ruas de Tiradentes